Após anos sem ser realizada, a Semana do Fazendeiro voltou ao calendário da Região Cacaueira com grande participação e relevância regional. Entre os dias 10 e 15 de novembro, o IF Baiano – Campus Uruçuca, em parceria com a Prefeitura de Uruçuca, Sebrae, Faeb/Senar e diversos atores da agricultura familiar, promoveu a 29ª edição do evento, marcando a retomada de uma das iniciativas mais tradicionais de formação rural do sul da Bahia.
A reativação da Semana reacendeu a memória histórica do evento, criado ainda na época da CEPLAC, e devolveu à região um espaço de integração, aprendizado e fortalecimento das políticas voltadas ao desenvolvimento econômico e territorial.
Um evento de caráter regional
Segundo Aguido Muniz, diretor de Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de Uruçuca e um dos organizadores da 29ª Semana do Fazendeiro, o retorno do evento foi marcado por uma participação ampla de municípios da região.
“A Semana do Fazendeiro teve um caráter regional, reunindo diversos municípios e representações do território. Encerramos o ano trazendo à tona as demandas reais das comunidades rurais e abraçando toda a região.”
Para Aguido, a retomada consolida Uruçuca como ponto de articulação para o desenvolvimento rural sustentável.
O especialista em qualidade do cacau, Leomar Rosário, destacou a importância simbólica e técnica da volta do evento.
“Faz muito tempo que a Semana do Fazendeiro não acontecia, e agora retorna com força, trazendo conhecimento técnico de qualidade para melhorar nossos produtos e agregar valor, tanto para o IF Baiano quanto para toda a região.”
Leomar reforça que iniciativas como esta fortalecem a profissionalização dos produtores e promovem competitividade no mercado do cacau.
Troca de experiências e valorização da comunidade acadêmica
Para Cristiano Sant’Ana, coordenador da Indicação Geográfica (IG Cacau), a retomada representa mais que um evento — é uma celebração da história rural da região.”
“Quando um evento como este volta a acontecer, ele cria um espaço de diálogo que fortalece a identidade do nosso cacau. A Indicação Geográfica depende da troca de conhecimento, da atualização técnica e da valorização do território — e tudo isso acontece aqui. A Semana do Fazendeiro reafirma para a região, para a Bahia e para o país que o cacau do Sul da Bahia tem origem, qualidade e história.”
Cristiano reforçou que a IG Cacau depende justamente desse diálogo entre produtores, academia e políticas públicas.
Impacto para estudantes e visitantes
O professor de Desenvolvimento Regional e ex- diretor do campus, Daniel Oliveira, também destacou o valor do evento para quem circulou pelo campus durante a programação, especialmente estudantes e visitantes de outros estados:
“Para a instituição, o evento foi muito importante. Todos participando, aprendendo, trocando experiências… isso enriquece o conhecimento e amplia as possibilidades de levarem para seus estados o que aprenderam aqui.”
A Semana cumpriu, assim, sua vocação histórica de ser um ambiente de difusão de saberes.
Educação do Campo
A temática da Educação do Campo também integrou a programação da 29ª Semana do Fazendeiro, reforçando o compromisso do IF Baiano com uma formação alinhada às realidades rurais. A palestra conduzida pela Prof.ª Janile Pinto destacou a importância de um modelo educacional que reconhece o território como espaço de produção de saberes e de construção de autonomia. Ela enfatizou que iniciativas como a Semana do Fazendeiro fortalecem a identidade rural, estimulam a permanência dos jovens no campo e ampliam as condições para que comunidades desenvolvam soluções sustentáveis a partir de suas próprias vivências.
“Educar no campo é reconhecer que o território é sala de aula. Quando valorizamos os saberes locais, formamos pessoas capazes de transformar realidades sem abandonar suas raízes.”
Construção de conhecimento e políticas públicas
O engenheiro agrônomo e pesquisador Durval Libanio ressaltou o papel estrutural da Semana do Fazendeiro para o desenvolvimento territorial.
“É fundamental termos este espaço de construção do conhecimento e de políticas públicas, porque o desenvolvimento do território depende da participação das pessoas, das cooperativas e de todos os atores envolvidos.”
Para ele, o evento fortalece a capacidade de organização produtiva e social da região, além de valorizar o trabalho técnico e científico.
Um novo ciclo para o desenvolvimento rural
Com dias de campo, oficinas práticas, palestras técnicas, debates e atividades culturais, a 29ª Semana do Fazendeiro encerrou com a sensação coletiva de retomada e esperança. A edição de 2025 marcou não apenas o retorno do evento, mas o início de um novo ciclo de articulação regional, aprendizado e fortalecimento de políticas voltadas ao campo.
A expectativa agora é que a Semana volte definitivamente ao calendário anual, ampliando parcerias e consolidando Uruçuca como polo de conhecimento, inovação e desenvolvimento rural na Região Cacaueira da Bahia.
A FBIOT BRASIL
Encerrando uma semana marcada por integração territorial, troca de saberes e fortalecimento das cadeias produtivas do campo, o IF Baiano já se prepara para receber outro grande momento da agenda científica nacional.
Entre os dias 27 e 30 acontecerá a 2ª edição da FBIOT Brasil, considerada uma das maiores feiras de bioinovação do país. O encontro reunirá estudantes, professores e pesquisadores de seis estados, apresentando soluções inovadoras que conectam ciência, tecnologia e biodiversidade. A feira é coordenada pelo Prof. Dr. Ivan Pereira, reconhecido por sua atuação na popularização científica dentro dos territórios de identidade do Brasil, e reforça o compromisso da instituição em promover conhecimento que transforma realidades.
Para o Prof. Dr Ivan Pereira, coordenador da feira, a ação é uma consolidação do papel transformador da educação cientifica dentro dos territórios de identidade do Brasil. “Popularizar ciência é fortalecer o Vale da Sustentabilidade: quando o conhecimento chega ao território, ele gera soluções reais, transforma vidas e prepara a região para inovar com responsabilidade.”
A FBIOT Brasil contará com exposição, palestras, oficinas e passeios pela biodiversidade regional, garantindo que a feira possa ser mais do que um evento cientifico e sim uma imersão no conhecimento do nosso território.



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